E o que eu me divirto quando imagino a cara das pessoas que não me podem ver pintado de cor nenhuma, de cada vez que lêem aqui o blog? Não há dinheiro que pague. Enquanto escrevo penso sempre no que vai naquelas cabecinhas, ao lerem.
- Está tão mal escrito, ele nem sabe escrever mas tem a mania que sabe. Olhem para esta pontuação. Nem se percebe nada do que quer dizer.
- O gajo é convencido e ainda por cima sem razão nenhuma. Gaba-se de tudo. Julga-se o maior. O rei da cocada preta.
- Tem a mania que é novo, mas depois vê-se e são rugas por todos os lados. O cabelo branco então, fica lindo.
- É mesmo fútil. E mostra que é. Como se aquilo fosse motivo de orgulho para alguém. Devia era ter vergonha e acabar logo com a porcaria, sim a porcariazinha, do blog.
Um erro de ortografia que por aqui encontrem, é o céu. Nestas alturas quase que perdem a cabeça e clicam na caixa de comentários para me expor ao ridículo. Depois pensam melhor, caem em si e resolvem não escrever. Dariam um ar de ressabiadas e é preferível, sempre preferível, a indiferença. Mas e se os outros não reparam no erro? É um risco necessário, mas não podem comentar. Era tão bom, mas tão bom, que alguém tivesse a coragem de me meter no sitio, de me reduzir à minha insignificância. Isso é que era.
Não contente com estes pensamentos rápidos que lhes passam de certeza pela cabeça, ainda acham piada ao bando (pequeno, é certo) de pessoas que ainda vêm aqui comentar. Só poderão ser de dois tipos: ou são umas tristes que não têm mais nada que fazer e vêm para aqui escrever, concordando com todos os absurdos que escrevo ou estão desesperadas à procura de alguém. E neste último caso estarão por tudo, na esperança que me bajulando eu lhes ligue. O pior é se eu ligo. Isso é que é pior, mas logo se arranja explicação: estão bem um para o outro.
Outra coisa gira. Pensam sempre que nunca mais cá voltam nas suas vidas. Sempre. De cada vez que carregam na cruzinha no canto superior direito do ecrã, pensam que é a ultima vez e dão graças a Deus Nosso Senhor não ter que voltar a falar comigo. Mas e depois? E a curiosidade de saber o que escrevi, ou se escrevi, ou se já acabei com o blog, ou se estou amancebado? E se não estou bem, se me aconteceu alguma coisa? Lá se tem de vir numa corrida, uma coisa super rápida para que não dê tempo ao sitemeter de registar as suas presenças aqui. O pior era mesmo vir aqui e deixar rasto. Isso nunca. 1000 vezes o Google reader. O pior é que com isto depois nunca mais se vêem livres de mim. Vai que não volta, quando finalmente já não se lembravam de mim, eis que eu publico mais uma parvoeira e o sacana do reader mostra. Lá vem tudo outra vez à memória. Inconvenientes do reader. Não deixa rasto e pronto, isso é o mais importante.
O pior de tudo é no fundo, bem no fundinho, terem pena que não seja a elas que eu responda da forma que respondo aos outros. E quando lhes vem isto à cabeça, num ápice tratam de varrer este pensamento dos seus grandes cérebros e optam logo por pensar: Como é possível? Como é possível que eu não tenha visto logo como este gajo era? É um gajo sem carácter, egocêntrico e um triste. Coitado, nunca vai arranjar ninguém. A vontade que têm logo a seguir é de ir contar a toda a gente, de blog em blog, de comentador em comentador, que eu não sou bem aquilo que aparento ser aqui. Que eu escrevo para as aparências, para passar uma imagem que é bem diferente daquela que me caracteriza. E a prova disto que pensam está mesmo aqui, neste post, com a minha arrogância toda em evidência.
Gosto.
Sou tão importante, não sou? Chato, não é?
Também têm amigas destas? Eu tenho. Faço colecção. E não troco, são só minhas. Pronto, lá está aqui o meu egoísmo. Tenho de disfarçar mais.
Beijos e Abraços