Ando nuns stresses que só visto. Tenho testes daqui a 15 dias e mais do que tempo para fazê-los. De qualquer forma, tendo os antecedentes que se conhecem, queria tê-los já feitos, para poder, sem remorsos, fazer depois aquilo que bem me apetece, já que as obrigações estão asseguradas. O meu problema é que eu tenho um inversão completa de prioridades na minha vida que, parecendo que me poderão dar bem-estar, pelo contrário, deixam-me doente. Não faço os testes e estou em stress por não os fazer, todos os dias penso que amanhã estará tudo feito e no dia seguinte a intenção é novamente adiada. O stresse resulta de uma capacidade (mais uma) premonitória que tenho e que me permite prever o futuro diante dos meus olhos. Consigo visualizar logo na perfeição o seguinte cenário: na véspera estarei com os nervos esfrangalhados por ter de os fazer de um dia para o outro, o scanner a não funcionar quando sempre funcionou até ali, os exercícios que aparecem nos livros nunca estão tão bem adaptados que me permitam copiar e colar, sempre precisam de ajustes aqui e ali, o tempo a passar e o sono a chegar à velocidade da luz... Mais do mesmo, portanto. Mas o que faço eu então que não me permite tempo para fazer a porcaria dos testes? Trato de assuntos urgentes, claro está.
As minhas gatas afiam as unhas no cesto de verga onde coloco a roupa suja. Tenho, por isso, o chão sujo em permanência como resultado dos bocadinhos de verga que se soltam. Não gosto. Solucionei o problema adquirindo um móvel para substituir o de verga e, em simultâneo, arranjei outro. O móvel precisa de ser pintado. Pronto, lá estou eu, enrolado com tintas e pincéis, pintando o móvel, decalcando desenhos e novamente a pintá-los. Os testes lá continuam por fazer. O móvel, esse pelo menos, está a ficar giro.
B. e A.